Introdução
“A juventude não é apenas um período de
vida... mas uma qualidade de alma que se caracteriza precisamente por um
idealismo que se abre para o amanhã”.
Beato João Paulo II
A juventude marca o início da vida adulta. SegundoErikson,
é o período em que se vive a ‘batalha’ entre intimidade versus isolamento. Nesse estágio, a preocupação-chave do jovem é
desenvolver a capacidade de boas relações com os demais, partilhar, assim,
intimidade com os outros. Dependendo de como realizamos nossas resoluções ante
os desafios da vida, esse estágio poderá ser definido como bom ou ruim. Embora
pareça natural, sabemos que nem sempre as coisas giram a nosso favor e como
queremos; mas se a pessoa soube desenvolver sua autonomia, ou seja, agiu por si mesma nos estágios anteriores, a
probabilidade de gerar essa intimidade é muito grande, o que vale dizer que a
pessoa se tornará ‘simpática’, aberta às interações, sem medo das pessoas e das
situações, tornando-se sempre criativa. Do contrário, se as relações foram
desenvolvidas a partir da timidez, vergonha ou dúvida e a pessoa estagna-se aí, a probabilidade de se tornar
isolada ou manipulada será também maior.
Por isso mesmo, a virtude que mais deverá se manifestar
nessa etapa é o AMOR, através duma disposição de estar presente, de fazer parte
da vida do outro e deixar o outro fazer parte da nossa. É uma questão de transcendência. O jovem sente uma
necessidade de quebrar a crosta do seu ego, talvez tão mal alimentado na
infância com bajulações, determinismo, mau uso da liberdade etc., por isso é
tão comum vermos o jovem com seus grupos de amigos (vizinhança, escola, festas,
esportes, igreja, etc). Aqui ele demonstra toda sua alteridade, ou seja, a capacidade de acolher o outro em sua totalidade.
Mas sabemos que a idade juvenil não é determinada apenas
por fatores biológicos e psíquicos! É mais que um desenvolvimento do corpo, da
tonalidade da voz ou saber distinguir o que é bom ou ruim... Existe uma outra
dimensão que deve estar em harmonia com o corpo e a mente, estamos diante do
campo mais profundo de nosso ser: o ontológico,
ou seja, o campo mais subjetivo de nossa existência, é o que nos leva a sair de
si, a enxergar as coisas além do que elas demonstram fisicamente e mantém
relação estreita com o nosso ser religioso (espiritual).
Falar de Jesus e do Evangelho nos dias atuais está cada vez
mais difícil, num mundo de mudanças bruscas e radicais, onde a ciência vive
rotulando tudo, especialmente a ciência médica que parece certas vezes
manipular a vida humana. Num mundo onde a religião é buscada apenas como uma
forma de alívio das tensões do século, onde a mídia nem sempre cumpre seu papel
de definidora da realidade e acaba, silenciosamente, manipulando e até poluindo
as mentes... Somos constantemente impactados por notícias alarmantes de fome,
guerra, pobreza, violência, greves, desemprego etc.
Precisamos dos jovens, de sua vitalidade e determinação, de
sua ousadia e criatividade. O jovem tem uma forma toda diferente de definir a
realidade, pois não é movido apenas pelo racionalismo, mas também esse desejo de
transcendência o leva a contemplação, a meditação da vida e das coisas.
Exatamente por causa dessa disposição, acreditamos em seu potencial de
resposta. Ele é capaz de apreender o outro na sua dignidade. Um exemplo muito
forte é o que vemos hoje, do ano 2000 para cá se tem investido muito e inserido
o jovem no mercado de trabalho, e esse tem se mostrado competente ao colaborar
no desenvolvimento social. Nossos profissionais estão cada vez mais jovens!